terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Desaceleração da indústria faz PIB do terceiro trimestre ficar estável


Apesar de a economia estar avançando menos e do agravamento da crise europeia, governo ainda acredita que Brasil crescerá próximo de 5% no ano que vem


A economia do Brasil pisou no freio no terceiro trimestre deste ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no País, ficou em 0% em relação aos três meses anteriores. No mesmo período em 2010, o resultado foi um avanço de 1%, pelo dado revisado. O dado anterior apontava alta de 0,4% de julho a setembro do ano passado.
Em relação ao segundo trimestre, somento o setor agropecuário apresentou avanço de 3,2%. A indústria e o setor de serviços tiveram variações negativas de -0,9% e -0,3%, respectivamente.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, o PIB cresceu 2,1% com destaque para o setor agropecuário com alta  de 6,9%), seguida pelo segmento de serviços com  avanço de 2% e a indústria com crescimento de 1%.
No acumulado nos quatro trimestres terminados no terceiro trimestre de 2011 (12 meses), o crescimento foi de 3,7% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No acumulado em 2011, até setembro, o PIB apresentou uma expansão de 3,2%. Em valores correntes o resultado do PIB alcançou R$1,05 trilhão.

Evolução do PIB

O resultado tímido do PIB no terceiro trimestre não foi surpresa para ninguém. Nem para o mercado, nem para o governo. Com a acentuada redução da produção industrial nos últimos meses e com os investimentos privados em compasso de espera, já havia até a expectativa de que o PIB pudesse ter crescimento negativo. “Não havia como esperar outra coisa, os resultados da indústria e do investimento nos últimos meses apontavam para um desempenho fraco”, disse José Francisco de Lima Gonçalves, economista chefe do Banco Fator.
Quase duas semanas antes da divulgação do PIB pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o próprio governo já trabalhava com a possibilidade de o terceiro trimestre registrar crescimento zero.
Durante uma palestra, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, declarou que os números indicavam que o crescimento seria zero. “Os números vêm indicando desaceleração, podendo chegar a zero”, disse ele, acreditando que haveria uma recuperação no quarto trimestre.
Um dos principais responsáveis pela desaceleração do Produto Interno Bruto no terceiro trimestre foi o fraco desempenho da indústria no período. Os números da produção industrial de outubro mostraram um recuo de 2,2% em relação ao mesmo período de 2010 e de 0,6% quando comparado a setembro.
Outro é o investimento, que vem caindo desde que a crise europeia deu sinais de que se tratava de algo tão – ou mais – grave que a crise financeira de 2008. “Nós estamos mantendo nossa previsão para o ano que vem um pouco acima de 3% porque acreditamos que o governo e as estatais vão entrar com mais vigor no investimento em 2012”, disse Gonçalves, do Fator. “Nesse ano percebemos que o medo da iniciativa privada com o que vai acontecer na Europa travou tudo”, acrescentou.
Segundo o IBGE, a taxa de investimento no terceiro trimestre foi de 20% do PIB, inferior à taxa referente a igual período do ano anterior, que havia sido de 20,5%. A taxa de poupança alcançou 18,8% no terceiro trimestre de 2011, ante 19,6% no mesmo trimestre de 2010.
No resultado do terceiro trimestre de 2011, a necessidade de financiamento alcançou R$ 19,7 bilhões contra R$ 24,9 bilhões no mesmo período do ano anterior. A renda nacional bruta atingiu R$ 1.028,7 bilhões contra R$ 949,0 bilhões em igual período do ano anterior; e, nessa mesma comparação, a poupança bruta atingiu R$ 196,9 bilhões, contra R$ 188,9 bilhões em 2010, de acordo com o instituto.

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