domingo, 3 de fevereiro de 2019

MERCADO DE SAÚDE EM MANAUS/AM, BRASIL


Dos 2,9 milhões de manauaras que costumam procurar o mesmo lugar, os mesmos médicos e/ou mesmos serviços para tratamentos de saúde a maioria (83,6%) busca atendimento na rede pública, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS)[1].
De acordo com a pesquisa, do total de pessoas que usam a rede pública no estado, 56,2% buscavam atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS), 14,5% em Unidades de Pronto Atendimento Público ou Emergência de Hospital Público, 10,4% em Hospital Público ou Ambulatório e 2,5% em Centro de Especialidades, Policlínica Pública ou PAM.
Consultórios particulares ou clínicas privadas foram apontados como os locais onde 11,6% das pessoas costumam buscar atendimento. Já os estabelecimentos privados de Pronto Atendimento ou de Emergência de Hospital foram mencionados por 1,3% das pessoas, seguidos por farmácias (2,9%).



A pesquisa mostrou ainda que 68,7% dos amazonenses consultaram algum médico nos 12 meses anteriores à data de referência da pesquisa, em 2013. Com este percentual, o Amazonas ocupou a décima terceira posição no ranking nacional, que é liderado por São Paulo (78,4%) e tem o Amapá como último colocado, com 57%. As regiões Norte (61,4%), Nordeste (66,3%) e Centro-Oeste (69,5%) apresentaram percentuais menores que a média nacional, enquanto Sudeste (75,8%) e Sul (73,8%) registraram estimativas maiores.
No Amazonas, a proporção de pessoas que consultaram um médico no ano anterior a pesquisa foi superior à média nacional para mulheres (75,7%); pessoas de cor branca (75,4%); pessoas de 40 a 59 anos (64,8%) e de 60 anos ou mais (80,0%) e de nível superior completo (82,2%). Estes valores demonstram a necessidade de atendimento e, se a estratégia for bem definida, esta proporção pode sair de 11,6% para mais de 25,0% desde que os valores aos pacientes sejam palatáveis.
Convém lembrar que estes dados são de 2013 e a matriz de atendimento modificou-se um pouco de lá para cá, especialistas afirmam que atualmente já saímos de 11,6% para 18,0%.

Falta de médicos

Ainda de acordo com a PNS de 2013, 11,9% da população (437 mil) procurou algum atendimento de saúde, nas duas semanas anteriores à data de referência da pesquisa. Destes, 97,2% afirmaram ter conseguido atendimento e 96,1% foram atendidos na primeira vez em que procuraram. Os motivos mais frequentemente citados para a procura de atendimento foram: doença (39,5%), continuação de tratamento (13,2%), exame complementar de diagnóstico (13,7%) e outro atendimento preventivo (5,3%).
Entre as pessoas que não conseguiram atendimento de saúde na primeira vez em que procuraram, 11,4% alegaram não ter médico atendendo e 52,1% não conseguiram vaga ou senha no local. Entre os demais motivos investigados, 36,4% de pessoas não podiam pagar pela consulta ou declararam não haver serviço profissional de saúde especializado.
A proporção de mulheres (14,6%) que buscaram atendimento foi maior que a dos homens (9,1%). A busca pelo atendimento de saúde registrou maior proporção entre as pessoas com 60 anos ou mais (24,7%); de cor branca (14,3%) e com nível superior completo (16,0%).

ESTADO
 MÉDICOS
(%)
 POPULAÇÃO
(%)
RAZÃO
Brasil
     451.777
100,0%
    207.660.929
100,0%
       460
Maranhão
          6.096
1,3%
        7.000.229
0,09%
   1.148
Pará
          8.090
1,8%
        8.366.628
0,10%
   1.034
Amapá
             841
0,2%
            797.722
0,11%
       949
Acre
             966
0,2%
            829.619
0,12%
       859
Amazonas
          4.844
1,1%
        4.063.614
0,12%
       839
Bahia
        20.708
4,6%
      15.344.447
0,13%
       741
Alagoas
          4.575
1,0%
        3.375.823
0,14%
       738
Ceará
        12.652
2,8%
        9.020.460
0,14%
       713
Rondônia
          2.744
0,6%
        1.805.788
0,15%
       658
Roraima
             816
0,2%
            522.636
0,16%
       640
Mato Grosso
          5.436
1,2%
        3.344.544
0,16%
       615
Rio Grande do Norte
          5.792
1,3%
        3.507.003
0,17%
       605
Sergipe
          3.806
0,8%
        2.288.116
0,17%
       601
Tocantins
          2.583
0,6%
        1.550.194
0,17%
       600
Paraíba
          6.753
1,5%
        4.025.558
0,17%
       596
Pernambuco
        16.381
3,6%
        9.473.266
0,17%
       578
Goiás
        13.360
3,0%
        6.778.772
0,20%
       507
Mato Grosso do Sul
          5.525
1,2%
        2.713.147
0,20%
       491
Paraná
        23.661
5,2%
      11.320.892
0,21%
       478
Santa Catarina
        15.838
3,5%
        7.001.161
0,23%
       442
Minas Gerais
        48.606
10,8%
      21.119.536
0,23%
       435
Espírito Santo
          9.645
2,1%
        4.016.356
0,24%
       416
Rio Grande do Sul
        28.931
6,4%
      11.322.895
0,26%
       391
São Paulo
     126.687
28,0%
      45.094.866
0,28%
       356
Rio de Janeiro
        59.366
13,1%
      16.718.956
0,36%
       282
Distrito Federal
        13.215
2,9%
        3.039.444
0,43%
       230
Piauí
          3.860
0,9%
            321.927
1,20%
         83



































Percebe-se pelo estudo acima, que o estado do Amazonas, que participa hoje com 1,1% do total da população médica no Brasil, possui uma densidade muito baixa em relação ao resto do país.
É bom lembrar que esta proporção está inclusa as especialidades médicas. Portanto conclui-se que em termo de estudo de cenário. O estado do Amazonas se posiciona entre os cinco melhores estado para a exploração de saúde.
Não fizemos um estudo mais aprofundado das especialidades, uma vez que não é o foco desta avaliação. O nosso intuito aqui é de mostrar como o empreendimento se posiciona em relação ao seu meio-ambiente comercial e qual as suas expectativas ao longo do tempo.

Internações e medicamentos


Das pessoas que ficaram internadas em hospitais por 24 horas ou mais, 74,0% (ou 144 mil) tiveram este atendimento por meio do SUS. Na região Norte (73,9%) que registraram as maiores proporções da pesquisa. No Amazonas, a proporção de internação em hospitais do SUS foi maior para pessoas de 0 a 17 anos de idade (75,2%), para pessoas que se declararam de cor preta (75,8%) e parda (75,4%) e não apresentou diferenças por sexo. Essa proporção também foi maior quanto menor o nível de instrução: variou de 80,6% das pessoas sem instrução ou fundamental incompleto a 19,7% das pessoas com nível superior completo.
Em relação a obtenção de medicamentos, cerca de 280 mil pessoas tiveram alguma receita e, destas, 73,4% conseguiram obter todas as prescrições, enquanto 89,8% obteve pelo menos uma delas. A proporção de pessoas que conseguiram obter pelo menos um medicamento receitado no serviço público de saúde foi de 39,8% (ou 112 mil pessoas).
Entre os estados que registraram aumento no total de vínculos, destacam-se o Ceará e o Amazonas (...). No estado do Amazonas a alta foi de 3,8%, o avanço foi de 9,1%. O que significa que 45,2 mil novos beneficiários passaram a contar com um plano de saúde médico-hospitalar http://ciperj.org/novo/2018/03/26/desigualdade-marca-a-distribuicao-geografica-dos-medicos-pelo-pais/ em 03/11/18.
Se considerássemos a densidade dos médicos em relação à população do estado, a região Norte se desponta na carência de médicos, uma vez que a OMS (Organização Mundial de Saúde) estipula a média de 400 pessoas por médico.
Portanto o país ainda necessita de muito investimento nesta área, tanto de leitos quanto de entidades de saúde. Portanto a cidade de Manaus/AM que traz em si quase 50,0% da população do estado e, por consequência, ainda tem muito o que galgar.



O gráfico acima apresenta visualmente a carência dos atendimentos de saúde no país. Para a OMS (Organização Mundial de Saúde) apenas 4 estados possui a proporção ideal de médicos, com destaque para o estado do Piauí.
Para empreendedores do segmento de saúde, os 5 primeiros estados (Curva A) são interessantes para investimento nesta área. Independente da ação pública na saúde, por si só, a proporção de médicos ainda é bastante carente o que proporciona uma oportunidade bastante promissora para investimentos hospitalares. Na curva de Paretto a Curva ABC está mais suavizada pelo fato que, de certa forma, a carência de médicos no Brasil é deficitária justificando a suavidade da curva.
Sem sombra de dúvida, a melhor região para investimento no país está na região Norte. De todos, o Amazonas é mais interessante por ter características de cidade-estado. Com características de principado, semelhante a cidade-estado de Luxemburgo, Jacarta, Singapura, Manaus tem a necessidade de ser autossuficiente, tanto nas funções básicas onde a logística é determinante. Os nativos da cidade afirmam que a cidade de São Paulo está muito mais “perto” do que Belém/PA. Ou seja a grande maioria das cirurgias de altas complexidades ainda são realizadas na capital do estado de São Paulo. Portanto, logística com credibilidade são agregadas nesta linha de raciocínio também.
A cidade respira e faz muito mais relacionamentos simbióticos com países vizinhos do que os demais estados da federação. Podemos dizer que é comum ter no quadro de pacientes, americanos, mexicanos, canadenses, caribenhos, venezuelanos, colombianos, etc. Os três primeiros utilizam mais pelos custos médicos dos procedimentos da linha beauty, e os demais pelas condições melhores que o país oferece. Porém, este mercado pode ser bem mais explorados pelos novos investidores. Na linha beauty esta característica também aparece nas cidade de Fortaleza e Recife.
A nossa equipe defende que, na região Norte do país a exploração econômica da linha beauty, bastante carente em relação à população do estado e principalmente a linha de hemodiálise e hemodinâmica. Destes três segmentos médicos a cidade conta com, no máximo, três centros especializados sendo que, estatisticamente, o estado do Amazonas e neste caso a cidade de Manaus/AM mais especificamente, deveria ter pelo menos 12 unidades de cada segmento.



[1] Esta é uma máxima da Psicologia de Massa onde estuda padrões e comportamento de consumidores

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