Dos 2,9 milhões de manauaras que costumam procurar o mesmo
lugar, os mesmos médicos e/ou mesmos serviços para tratamentos de saúde a
maioria (83,6%) busca atendimento na rede pública, segundo dados divulgados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números fazem
parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS)[1].
De acordo com a pesquisa, do total de pessoas que usam a
rede pública no estado, 56,2% buscavam atendimento na Unidade Básica de Saúde
(UBS), 14,5% em Unidades de Pronto Atendimento Público ou Emergência de
Hospital Público, 10,4% em Hospital Público ou Ambulatório e 2,5% em Centro de
Especialidades, Policlínica Pública ou PAM.
Consultórios particulares ou clínicas privadas foram
apontados como os locais onde 11,6% das pessoas costumam buscar atendimento. Já
os estabelecimentos privados de Pronto Atendimento ou de Emergência de Hospital
foram mencionados por 1,3% das pessoas, seguidos por farmácias (2,9%).
A pesquisa mostrou ainda que 68,7% dos amazonenses
consultaram algum médico nos 12 meses anteriores à data de referência da
pesquisa, em 2013. Com este percentual, o Amazonas ocupou a décima terceira
posição no ranking nacional, que é liderado por São Paulo (78,4%) e tem o
Amapá como último colocado, com 57%. As regiões Norte (61,4%), Nordeste (66,3%)
e Centro-Oeste (69,5%) apresentaram percentuais menores que a média nacional,
enquanto Sudeste (75,8%) e Sul (73,8%) registraram estimativas maiores.
No Amazonas, a proporção de pessoas que consultaram um
médico no ano anterior a pesquisa foi superior à média nacional para mulheres
(75,7%); pessoas de cor branca (75,4%); pessoas de 40 a 59 anos (64,8%) e de 60
anos ou mais (80,0%) e de nível superior completo (82,2%). Estes valores
demonstram a necessidade de atendimento e, se a estratégia for bem definida,
esta proporção pode sair de 11,6% para mais de 25,0% desde que os valores aos
pacientes sejam palatáveis.
Convém lembrar que estes dados são de 2013 e a matriz de
atendimento modificou-se um pouco de lá para cá, especialistas afirmam que
atualmente já saímos de 11,6% para 18,0%.
Falta de médicos
Ainda de acordo com a PNS de 2013, 11,9% da população (437
mil) procurou algum atendimento de saúde, nas duas semanas anteriores à data de
referência da pesquisa. Destes, 97,2% afirmaram ter conseguido atendimento e
96,1% foram atendidos na primeira vez em que procuraram. Os motivos mais
frequentemente citados para a procura de atendimento foram: doença (39,5%), continuação
de tratamento (13,2%), exame complementar de diagnóstico (13,7%) e outro
atendimento preventivo (5,3%).
Entre as pessoas que não conseguiram atendimento de saúde na
primeira vez em que procuraram, 11,4% alegaram não ter médico atendendo e 52,1%
não conseguiram vaga ou senha no local. Entre os demais motivos investigados,
36,4% de pessoas não podiam pagar pela consulta ou declararam não
haver serviço profissional de saúde especializado.
A proporção de mulheres (14,6%) que buscaram atendimento foi
maior que a dos homens (9,1%). A busca pelo atendimento de saúde registrou
maior proporção entre as pessoas com 60 anos ou mais (24,7%); de cor branca
(14,3%) e com nível superior completo (16,0%).
ESTADO
|
MÉDICOS
|
(%)
|
POPULAÇÃO
|
(%)
|
RAZÃO
|
Brasil
|
451.777
|
100,0%
|
207.660.929
|
100,0%
|
460
|
Maranhão
|
6.096
|
1,3%
|
7.000.229
|
0,09%
|
1.148
|
Pará
|
8.090
|
1,8%
|
8.366.628
|
0,10%
|
1.034
|
Amapá
|
841
|
0,2%
|
797.722
|
0,11%
|
949
|
Acre
|
966
|
0,2%
|
829.619
|
0,12%
|
859
|
Amazonas
|
4.844
|
1,1%
|
4.063.614
|
0,12%
|
839
|
Bahia
|
20.708
|
4,6%
|
15.344.447
|
0,13%
|
741
|
Alagoas
|
4.575
|
1,0%
|
3.375.823
|
0,14%
|
738
|
Ceará
|
12.652
|
2,8%
|
9.020.460
|
0,14%
|
713
|
Rondônia
|
2.744
|
0,6%
|
1.805.788
|
0,15%
|
658
|
Roraima
|
816
|
0,2%
|
522.636
|
0,16%
|
640
|
Mato Grosso
|
5.436
|
1,2%
|
3.344.544
|
0,16%
|
615
|
Rio Grande do Norte
|
5.792
|
1,3%
|
3.507.003
|
0,17%
|
605
|
Sergipe
|
3.806
|
0,8%
|
2.288.116
|
0,17%
|
601
|
Tocantins
|
2.583
|
0,6%
|
1.550.194
|
0,17%
|
600
|
Paraíba
|
6.753
|
1,5%
|
4.025.558
|
0,17%
|
596
|
Pernambuco
|
16.381
|
3,6%
|
9.473.266
|
0,17%
|
578
|
Goiás
|
13.360
|
3,0%
|
6.778.772
|
0,20%
|
507
|
Mato Grosso do Sul
|
5.525
|
1,2%
|
2.713.147
|
0,20%
|
491
|
Paraná
|
23.661
|
5,2%
|
11.320.892
|
0,21%
|
478
|
Santa Catarina
|
15.838
|
3,5%
|
7.001.161
|
0,23%
|
442
|
Minas Gerais
|
48.606
|
10,8%
|
21.119.536
|
0,23%
|
435
|
Espírito Santo
|
9.645
|
2,1%
|
4.016.356
|
0,24%
|
416
|
Rio Grande do Sul
|
28.931
|
6,4%
|
11.322.895
|
0,26%
|
391
|
São Paulo
|
126.687
|
28,0%
|
45.094.866
|
0,28%
|
356
|
Rio de Janeiro
|
59.366
|
13,1%
|
16.718.956
|
0,36%
|
282
|
Distrito Federal
|
13.215
|
2,9%
|
3.039.444
|
0,43%
|
230
|
Piauí
|
3.860
|
0,9%
|
321.927
|
1,20%
|
83
|
Percebe-se pelo estudo acima, que
o estado do Amazonas, que participa hoje com 1,1% do total da população médica
no Brasil, possui uma densidade muito baixa em relação ao resto do país.
É bom lembrar que esta proporção
está inclusa as especialidades médicas. Portanto conclui-se que em termo de
estudo de cenário. O estado do Amazonas se posiciona entre os cinco melhores
estado para a exploração de saúde.
Não fizemos um estudo mais
aprofundado das especialidades, uma vez que não é o foco desta avaliação. O
nosso intuito aqui é de mostrar como o empreendimento se posiciona em relação
ao seu meio-ambiente comercial e qual as suas expectativas ao longo do tempo.
Internações e medicamentos
Das pessoas que ficaram internadas em hospitais por 24 horas
ou mais, 74,0% (ou 144 mil) tiveram este atendimento por meio do SUS. Na região
Norte (73,9%) que registraram as maiores proporções da pesquisa. No Amazonas, a
proporção de internação em hospitais do SUS foi maior para pessoas de 0 a 17
anos de idade (75,2%), para pessoas que se declararam de cor preta (75,8%)
e parda (75,4%) e não apresentou diferenças por sexo. Essa proporção também foi
maior quanto menor o nível de instrução: variou de 80,6% das pessoas sem
instrução ou fundamental incompleto a 19,7% das pessoas com nível superior
completo.
Em relação a obtenção de medicamentos, cerca de 280 mil
pessoas tiveram alguma receita e, destas, 73,4% conseguiram obter todas as
prescrições, enquanto 89,8% obteve pelo menos uma delas. A proporção de pessoas
que conseguiram obter pelo menos um medicamento receitado no serviço público de
saúde foi de 39,8% (ou 112 mil pessoas).
Entre os estados que registraram aumento no total de
vínculos, destacam-se o Ceará e o Amazonas (...). No estado do Amazonas a alta
foi de 3,8%, o avanço foi de 9,1%. O que significa que 45,2 mil novos
beneficiários passaram a contar com um plano de saúde médico-hospitalar http://ciperj.org/novo/2018/03/26/desigualdade-marca-a-distribuicao-geografica-dos-medicos-pelo-pais/
em 03/11/18.
Se considerássemos a densidade dos médicos em relação à
população do estado, a região Norte se desponta na carência de médicos, uma vez
que a OMS (Organização Mundial de Saúde) estipula a média de 400 pessoas por
médico.
O gráfico acima apresenta visualmente a carência dos
atendimentos de saúde no país. Para a OMS (Organização Mundial de Saúde) apenas
4 estados possui a proporção ideal de médicos, com destaque para o estado do
Piauí.
Para empreendedores do segmento de saúde, os 5 primeiros
estados (Curva A) são interessantes para investimento nesta área. Independente
da ação pública na saúde, por si só, a proporção de médicos ainda é bastante
carente o que proporciona uma oportunidade bastante promissora para
investimentos hospitalares. Na curva de Paretto a Curva ABC está mais suavizada
pelo fato que, de certa forma, a carência de médicos no Brasil é deficitária
justificando a suavidade da curva.
Sem sombra de dúvida, a melhor região para investimento no
país está na região Norte. De todos, o Amazonas é mais interessante por ter
características de cidade-estado. Com características de principado, semelhante
a cidade-estado de Luxemburgo, Jacarta, Singapura, Manaus tem a necessidade de
ser autossuficiente, tanto nas funções básicas onde a logística é determinante.
Os nativos da cidade afirmam que a cidade de São Paulo está muito mais “perto”
do que Belém/PA. Ou seja a grande maioria das cirurgias de altas complexidades
ainda são realizadas na capital do estado de São Paulo. Portanto, logística com
credibilidade são agregadas nesta linha de raciocínio também.
A cidade respira e faz muito mais relacionamentos
simbióticos com países vizinhos do que os demais estados da federação. Podemos
dizer que é comum ter no quadro de pacientes, americanos, mexicanos,
canadenses, caribenhos, venezuelanos, colombianos, etc. Os três primeiros
utilizam mais pelos custos médicos dos procedimentos da linha beauty, e os demais pelas condições
melhores que o país oferece. Porém, este mercado pode ser bem mais explorados
pelos novos investidores. Na linha beauty esta
característica também aparece nas cidade de Fortaleza e Recife.
A
nossa equipe defende que, na região Norte do país a exploração econômica da
linha beauty, bastante carente em
relação à população do estado e principalmente a linha de hemodiálise e
hemodinâmica. Destes três
segmentos médicos a cidade conta com, no máximo, três centros especializados sendo que, estatisticamente, o estado do Amazonas e neste caso a cidade de
Manaus/AM mais especificamente, deveria ter pelo menos 12 unidades de cada
segmento.